órbita das perturbações

coexisto

no epicentro latente do caos

ignoro a multidão

estou só

no torvelinho do aqui e agora

copulo

na maré vazante dos conflitos

abuso do tempo

e já não sei dos barcos

das pontes dos peixes

coabito

na órbita prematura das perturbações

penetro no acaso

que tece a malha confusa

de meus dias sombrios

coagulo

no equinócio mecânico das frustrações

arrasto o vazio

sigo eu

e meu velho desespero

Carlos Couto
Enviado por Carlos Couto em 14/04/2005
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