Nossos momentos...
Guardados num cofre
Os versos inspirados
Em papel lacre
O perfume que deles saem
Todos os instantes se esvaem...
Como areia entre os dedos
Pelos folguedos sem medos
Arremedos ébrios de segredos
É o salário do operário das letras
Que o poeta paga pelas estrofes
Ao tecer seus sonhos e anseios
Sua medalha olímpica no pódio
Grito de amor na espera
Grunhido solto da fera
No vôo das suas quimeras
Onde pinta e borda
Dorme e acorda
Sacode e transborda
Pelas cordas da garganta
Irradia e conforta...
Germina as suas dores
O mundo até pode fundir
Saltar do eixo e explodir
Passear pelas galáxias
Que tudo acontece em seu olhar
Pela pulsação mágica de criar
Na alegria de poder encontrar
Àquele que vá se sensibilizar...
Este é o alimento que o sustenta
Dá sentido e movimenta uma vida
E assim deixa as suas sensíveis poesias
Carimbadas pelos preciosos momentos...
Em que debruçou os seus sentimentos.
Hildebrando Menezes
Nota: Inspirado no poema 'Sensíveis' da Enise