FÚRIA DO AMOR

Amor é sinônimo de dor

Quando chega é só calor

Não se abranda o seu furor

Loucura travestida de horror

É só tomento no pensamento

A invadir em teus momentos

Não dá de conter o sofrimento

O melhor remédio é o consentimento

Um bom banho frio... Alivia o arrepio

Mas quem diz que traz esquecimento?

Lá vem ela novamente devastando

Não dá para desviar ou escapar...

Aprisiona... Sevicia... Quer matar

A danada é esperta... De arrasar

Não se aquieta... Gosta de bagunçar

Tem mil facetas e tantas mutretas

Para te fazer cativo... Maltrata-te

Envolve... Enreda... Empareda

O que faço com esta bandida?

Se pensar em desligar as antenas...

Escapar num poema a aliviar a pena

Ou sair pela tangente do poente apenas

Ela me espreita e me pega na esquina

Tendo disfarçar ao rolar com uma prosa

No porão... No sótão... Ela logo alcança

Fico invisível... Acha-me no infravermelho

Quem sabe se me vestisse de espantalho?

Isso me parece pior que paixão ou maldição

Só me resta quedar-me a tamanha sedução

Ou fazer com ela um trato e achar a solução

Que tal surpreendê-la e jogá-la no colchão?

Talvez uma noite de amor com muita excitação

Ela me dê trégua e assim diminua a perseguição

Do jeito contrário... Estou fadado a esta prisão

Alguém aí me ajuda a desvendar esta questão?

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 28/07/2008
Reeditado em 28/07/2008
Código do texto: T1102019