FÚRIA DO AMOR
Amor é sinônimo de dor
Quando chega é só calor
Não se abranda o seu furor
Loucura travestida de horror
É só tomento no pensamento
A invadir em teus momentos
Não dá de conter o sofrimento
O melhor remédio é o consentimento
Um bom banho frio... Alivia o arrepio
Mas quem diz que traz esquecimento?
Lá vem ela novamente devastando
Não dá para desviar ou escapar...
Aprisiona... Sevicia... Quer matar
A danada é esperta... De arrasar
Não se aquieta... Gosta de bagunçar
Tem mil facetas e tantas mutretas
Para te fazer cativo... Maltrata-te
Envolve... Enreda... Empareda
O que faço com esta bandida?
Se pensar em desligar as antenas...
Escapar num poema a aliviar a pena
Ou sair pela tangente do poente apenas
Ela me espreita e me pega na esquina
Tendo disfarçar ao rolar com uma prosa
No porão... No sótão... Ela logo alcança
Fico invisível... Acha-me no infravermelho
Quem sabe se me vestisse de espantalho?
Isso me parece pior que paixão ou maldição
Só me resta quedar-me a tamanha sedução
Ou fazer com ela um trato e achar a solução
Que tal surpreendê-la e jogá-la no colchão?
Talvez uma noite de amor com muita excitação
Ela me dê trégua e assim diminua a perseguição
Do jeito contrário... Estou fadado a esta prisão
Alguém aí me ajuda a desvendar esta questão?
Hildebrando Menezes