Enlouquecendo o tempo
Meu tempo corre acelerado
mas me recuso a acompanhá-lo
nesse gira gira que corre
ele pede pressa corrida nesse
girado veloz
Finjo ter paciência
prefiro ir dançando uma valsa
e o tempo que me espere
Tenho todo o tempo do mundo
será que o tempo não vê
que se ele não tem tempo a perder
eu tenho um corpo e uma alma
e eles me pedem calma?
nesse tempo que acelera e corre
depressa depressa depressa
enquanto danço uma valsa
deixo o tempo correr correr correr
Me atrevi a fazer esse poemeto inspirada nesse grande Poeta:
O «MEU» TEMPO
imagem colhida em http://www.bymarco.com.br/
O Tempo foi percebendo
que o Tempo também corria
e aos poucos se foi contendo,
menos veloz, cada dia.
O Tempo ficou mais lento
mais pensativo e contrito...
sentindo, com desalento,
seu carácter de Infinito.
Ele queria ficar ali
no próprio Tempo parado
para rever o que eu vi
num outro Tempo: o Passado.
Mas, se o Passado já foi…
E se o Presente aqui mora
a dor de Ontem inda dói
no Tempo de hoje e de agora.
Levanto ao Tempo a questão:
- se o Tempo não tem idade,
por que corres, tu, então,
se te espera a Eternidade?
O Tempo parou… no Tempo
sem começo, meio e fim
e criou-me um contra-tempo:
fiquei sem Tempo pra mim!
- o Tempo é só dimensão,
Que vem, que vai e não volta…
O Tempo é imensidão…
Não tem freios, anda à solta…
Retomando o movimento
o Tempo me abandonou
deixando-me o sentimento
da solidão que ficou.
O Tempo fez-me em pedaços
de amargura... ou de carinho...
de glórias... ou de fracassos...
Fiquei sem Tempo: sozinho!
Todo o Tempo que me resta
é Tempo incerto e inseguro…
É Tempo que não se empresta
nem se hipoteca ao Futuro.
Fernando Peixoto