Poema para uma morta.
Moça louca corre pelo corredor,
Ela esta sem camiseta e de calcinha rosa.
Desespero estampado na face sem pudor
Gritando que roubaram sua alma
Abro os olhos e vejo as horas,
Quatro e quarenta da manhã, acendo um cigarro
Fumo e volto a dormir.
Ignoro este terrível pesadelo.
A moça volta, esta com um roupão preto
E fuma um cigarro, com uma cara mais calma,
Olhando fixamente para meu .45
Do lado de um jornal que anuncia o fim do mundo.
Um barulho me desperta mas fico com olhos semicerrados.
Vejo um vulto se mexendo pelo quarto
Acompanho ele ate entrar no banheiro.
Depois ouço uma voz feminina cantar “superbacana”.
Abro os olhos enquanto pego a arma,
Ponho no meio das pernas e solto a trava.
Garrafas de bebida vazia decoram este apartamento horrível.
Agora ela liga o chuveiro e entra no banho,
Sento encostado contra a parede e bebo o ultimo gole do Scotch
Junto com o ultimo cigarro do maço.
Fico olhando para porta esperando ela sair,
Ela sai do banheiro enrolada numa toalha vermelha.
Dou um disparo na sua barriga, ela vai para trás com o impacto,
O vermelho do sangue se confunde com o vermelho da toalha.
Dou outro tiro no tórax e ela cai de vez no chão.
Ponho a roupa devagar, olhando o corpo caído,
Desço as escadas e vejo o nascer do sol por entre os prédios.
Entro num bar e peço um maço de cigarros e uma garrafa de whisky,
Acendo mais um cigarro e caminho pela rua sem direção.
Toca o celular e o marido pergunta “feito?”; respondo que sim.