Fome
Fome
A fome incontida me faz despedaçar sua carne.
A cada mordida , nacos de carne, sangue respingando para todos os lados.
Os gritos sendo substituídos por gemidos.
Os gemidos por suspiros.
Os suspiros por silêncio.
Carne quente, sangue quente, vísceras quentes.
Senti o seu calor
Pela boca, pela buceta, pelo seu rabo.
Agora experimento os orifícios feitos por mim.
Buracos apertados, elásticos, lubrificados com sangue
E com chantily da sua última sobremesa.
Minha língua percorre a pele dos seus olhos,
A curva dos lábios, agora silenciosos.
Sinto seus dentes.
Beijo seus cabelos, cheiro de suor
O bico de um dos seios através do vermelho viscoso.
Pelos perfumados nos meus dedos, enrodilhados
Presos nos dentes, no céu da boca.
Um coração sem pulsar jogado num canto
O último gozo fervente que jorra através da minha fúria!
Porra leitosa e acre que esfrego nas suas gengivas.
Ligo o gás enquanto faço poesia...
Roberta Nunes - 24/01/2005