Assim...
Assim...
É só do que preciso
Sempre.
Te respiro como um afogado
Que sabe que vai morrer
Sua intensidade e sua indiferença
Comandam o pulsar da minha vida
Inércia.
Latência na sua não-presença
Morto-vivo à espreita
À espera de restos de corpos
De despojos da sua boca
Em busca da violência das suas palavras
E dos seus chicotes
Flores.
Vermelhas no meu enterro
Vermelho no seu batom
No sangue que mancha os meus lábios
E que escorre do seu ventre
Dúvida.
Quanto à minha sanidade
Quando à minha necessidade do seu cheiro
Sem rimas
Sem linearidade
Só desespero
E suicídio.
Roberta Nunes - 07/04/2005
`` Quem sabe depois desta existência
Renascerei - para duvidar ainda?!... "
( O devanear de um cético - Bernardo de Guimarães )