no metrô

No metrô

Circunspecção de minha pálida timidez

Aflora minha sensibilidade corporal

Toques e apertos me suplicam uma brava reação

Quando não de fúria, de desejo

Quando não de ódio, de amor.

É bem aí, no metrô, no lugar onde todos se tornam um.

E não há distinção entre um enlatado qualquer

E as pessoas que nele se encontram.

E não há distinção entre a água de um coco verde

E um vagão daqueles.

Metrô, que mais parece metro.

Metro que é mais largo do que metrô

Num, passa o ar. Noutro, apenas pensamento.

Metrô! Metrô paulista.

Apenas metrô-metro!

Joseiton Nunes
Enviado por Joseiton Nunes em 06/07/2008
Código do texto: T1068213