no metrô
No metrô
Circunspecção de minha pálida timidez
Aflora minha sensibilidade corporal
Toques e apertos me suplicam uma brava reação
Quando não de fúria, de desejo
Quando não de ódio, de amor.
É bem aí, no metrô, no lugar onde todos se tornam um.
E não há distinção entre um enlatado qualquer
E as pessoas que nele se encontram.
E não há distinção entre a água de um coco verde
E um vagão daqueles.
Metrô, que mais parece metro.
Metro que é mais largo do que metrô
Num, passa o ar. Noutro, apenas pensamento.
Metrô! Metrô paulista.
Apenas metrô-metro!