A FUGA ILUMINADA DA RAZÃO SONORA

A FUGA ILUMINADA DA RAZÃO SONORA

No rumo da louvação

Assumo a minha loucura

Espalhando o canto

E perco a nota da sanidade.

Num Dó Maior mal-entendido

Tresloucado entrego-me

Ao solfejo.

Pois no principio

Havia apenas o silêncio e o vazio

Mas veio a natureza e mostrou-me

Nas cores da primavera

O mavioso canto dos pássaros

Lembrando o amor

Que nasce produzindo um som

Só ouvido por quem ama

E eu amo...

E no meu amor se faz música,

Luz e dia.

E a canção que entôo

Por si só gera encanto

Despertando um Orfeu apaixonado

Em busca de sua Eurídice

Ou acalmando os argonautas

E eu canto...

Mas ainda busco

A poesia que se pode cantar

Silenciando as sereias

Das iluminadas noites de Gaia.

E que, como um suspiro de brisa emocionada

Façam de meu ensandecido trautear

Uma canção pungente

Que apenas multiplique o som no vento.