Ventre imaculado
Na imensa paisagem da vida
Galgo nu, horas sem fim
Inconfessados desejos da alma
Assediam-me a vida
Restando-me implorar
Aos deuses, incógnitos senhores
Um convite para a ceia de manjares
Porém, ainda aqui estou sentado ao luar
Imensa, também é a certeza
Das coisas vãs que o tempo pariu
Entre os dias desta jornada pura
Uma réstia de esperança nasceu
Dum ventre imaculado, fecunda luz se fez ver
Por um grito que irrompeu a carne alva da mulher
Sem sexo, ainda virgem, semeia esperanças nos gemidos
Aqui, na minha terra, costuma-se dizer; com nova vida os males são banidos