Diário da Peregrina

Quem não viu suas trevas, pouco sabe de sua luz

Quem não se perdeu em seu medo, não entende sua coragem

Quem não destroçou sua identidade, não se conhece

Fui até o fim de meus pecados, meus medos, meus orgulhos

Sou mais que eu mesma, sou minha

Pois me doei ao mundo em sua divindade

Sou em minha reclusão, livre para viver-me

E a não ter mais que a mim mesma, sou do amor

Esta luz que nunca me deixou, está em mim

Por não ser mais que fragmentos interligados

Sou pura e completa, fui além dos limites

Mas não se iluda, é preciso temer a dor para encará-la

E a dor veio muitas vezes, irracionalmente

E é pela dor que conhecemos a força do amor

Eu aprendi a amar. Você o deseja?