Cegueira de Pele

Há de fechar os olhos

e nos ver

a clareza do táctil numinoso.

Há de cerrar pálpebras

e se entregar

a ondas frêmitas de ardor inconfesso.

Olhos fechados

poesia em cílios

desejo alquebrado, cego

por volúpías de ondas

entumescidas de sangue em profusão.

Escuridão luminosa

em ponto incandescente

olhos não masi vêem

sentem o estopim da ardência

pele com pele, atrito de essência.

Vendados, olhos abertos

entregues, ora fechados

marejam lágrimas

de ter sido nós

em cegueira translúcida de paixão.

O Pôr-de Nós.

Ana Perissé

Ana Paula Perissé
Enviado por Ana Paula Perissé em 23/06/2008
Código do texto: T1047116
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