Bacantes em Nó ( Êxtase 1)
Com meu bailado
abro caminho nas profundezas do abismo
colossal de sermos
amantes.
Com teus encantamentos divinos
ensinai-me a mergulhar nos fluidos que me germinam
e a jorrar quente
sem pressa
na essência de nosso desejo ancestral.
Ártemis!
Perséfone!
Afrodite!
Minha invocação se perde em mais remota ancestralidade
do atrito que se faz
e que arde rubro
em nossos poros ainda humanos.
Deusas
sou-me apenas fonte
que jorra em êxtase
líquidos de amor
ao simples contato do sonho
ou de pele,
dele.
Invocação perdida
no éter do esfregaço divino de nossos corpos.
Invocação em ecos
ondas súbitas,
frêmito desejo
de me atar em nó.
Símbolos atávicos de nós.