ALMAS EM DESENCONTROS
O tempo é meu amigo
Irmão andarilho e querido
Abnegado brinca comigo
Conforta meu peito ferido.
Bate o vento da madrugada
Ouço sua voz arrastada
Vagando na sala apressada
Meus olhos olham não vê nada.
Sinto a alma ofegante
Apertando meu peito apaixonado
Ouso dar um passo, outro passo!
Desanimada deito-me na saudade.
O relógio incansavelmente marca
As horas de impiedosa solidão
Numa dança macabra e mortal
Confirmando o nosso desencontro
Almas de sonhos e encantos
A minha solitária vaga
A sua, apenas no meu pranto existe!
Sussurrando que ainda me ama.