CAMINHANTE

Pelas ruas das cidades,
Em busca do extraordinário,
Olhos que não escondem a saudade,
Peixe fora do aquário.

Não, não foi tão doce o seu lar,
Queimou-se, sabe-se lá o motivo,
Em cada passo a ressoar,
Sente que ainda está vivo.

Caminha para esquecer,
Um grande amor que não deu certo,
Solitariamente viver...
Um incerto a céu fechado ou aberto.

Mas, bem no íntimo – reconhece,
A dor está de braços estendidos,
E por mais, que eleve a Deus uma prece,
Ela afagará os seus sentidos.

Perdido em suas quimeras,
Um caminhante incontido,
Tentando unir as paralelas.

Para alguns, ele é apenas um filho,
Da extrema desolação,
Para outros, um louco, um andarilho,
Que perdeu o controle da situação.

Alheio a tantos comentários,
Ele segue... ouve a voz da sua intuição,
Sonha encontrar felicidade além do dicionário
.