ASSUMIDO
Andava de cabeça baixa,
Já faz tempo, desde de menino,
A vida não tinha graça,
Culpava sempre o destino.
Gostar de uma bela calcinha,
Calçar um alto sapato,
Usar saia de rendinha,
Não é pra o homem, de fato.
Mas quem disse que é homem,
Este belo travestido?
Preconceito que não some,
E o deixa reprimido.
Agora, depois de adulto,
Dono de seu próprio nariz,
Não aceita mais insultos,
Á todos, assim ele diz:
-Vou viver do jeito que eu quero,
me aceite quem quiser,
não sou homem, não sou hétero,
tenho sangue de mulher !