Anatomia mudada
Nem lembra a idade que tinha,
topava o que vinha.
Da pelada à vizinha,
da academia à boate,
à noite cerveja,
de manhã o seu mate.
O corpo viril
hormônios a mil.
Mas ele não viu
que o tempo passou
e a idade chegou.
Só então sentiu
que o músculo caiu.
Já não vai à boate
machão, ainda late,
mas não morde.
E há quem concorde
que o grisalho cai bem
mas cai tudo também.
A corridinha encurtou,
não aguenta o pulmão.
O coração vem na mão.
Já não é o que era.
A bexiga, quem dera
até parece que espera
a hora de explodir.
A Playboy de outrora
já virou zero hora
mas ainda vai pro banheiro
com o velho menino,
só tem outra função
na total disfunção
que virou o intestino.
O prazer a tardar,
com o tempo ele alcança
só que a véia se cansa
de tanto esperar.
E o véio, emburrado
se vira pro lado
e se poe a roncar.
Me perdoa minha véia, quando estivermos juntos de novo, vou tentar não roncar. Beijo