AVES RARAS

A noite se estende úmida e silenciosa
Como um manto negro
Recobrindo este céu sem estrelas.
As aves noturnas se recolhem
Nem os grilos se atrevem a romper esta membrana
De quietude noturnal.

Apenas o silvo desafinado e o farfalhar desajeitado
Revelam sua proximidade.
A harpia sobrevoa o espaço e delimita
O seu território.
Parece uma encarnação das trevas
Um espantalho medonho
Uma sinistra aparição.

Enquanto eu recolhida em meus sonhos
Silencio minhas palavras
A harpia enfadonha dedilha e cria
E recria uma cria de falsos amores
De odores fétidos achando que o mundo
É somente dela.

Exibe-se nas madrugadas
Roubando juras de amor
Dos poetas incautos
Enquanto se disfarça
De SEREIA,
Acreditem, se quiser!...
Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 23/03/2008
Reeditado em 13/04/2008
Código do texto: T912883
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