A Saga de Um Desempregado
No desconhecido Morro Agudo
Onde eu era dono de tudo
Herói de todas as bravatas
Acabei ficando mudo
Naquela idade desocupado
Os pais mais abastados
Não me davam suas filhas
Lindas moças de familia
Pra eu me casar e aposentar
Arrumei minha mala doente
Dono de um futuro descrente
Fui morar na Capital
Lá eu não tinha ouvinte
Quase virei pedinte
Precisei comprar chamego
Precisei arrumar emprego
Levantar em plena madruga
Num quarto que uma tia me aluga
E tomar uma lotação
Que no inverno...parecia verão
De tanto que os trabalhadores
Antes de iniciarem os labores
Já teimavam em suar em mim
Chegava na firma cansado
De tanto percurso rodado
E o relógio, não entendendo minha luta,
Alongava minha labuta
Meu Deus, como me tem cansado
Este salário minguado
Com isso...não se vive não
Voltei a ficar sem patrão