A Saga de Um Desempregado

No desconhecido Morro Agudo

Onde eu era dono de tudo

Herói de todas as bravatas

Acabei ficando mudo

Naquela idade desocupado

Os pais mais abastados

Não me davam suas filhas

Lindas moças de familia

Pra eu me casar e aposentar

Arrumei minha mala doente

Dono de um futuro descrente

Fui morar na Capital

Lá eu não tinha ouvinte

Quase virei pedinte

Precisei comprar chamego

Precisei arrumar emprego

Levantar em plena madruga

Num quarto que uma tia me aluga

E tomar uma lotação

Que no inverno...parecia verão

De tanto que os trabalhadores

Antes de iniciarem os labores

Já teimavam em suar em mim

Chegava na firma cansado

De tanto percurso rodado

E o relógio, não entendendo minha luta,

Alongava minha labuta

Meu Deus, como me tem cansado

Este salário minguado

Com isso...não se vive não

Voltei a ficar sem patrão

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 09/03/2008
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