CRUZES...

A vila da alma penada
tem uma fama encardida,
e lá onde termina a estrada
e lá onde começa a subida.

Tudo termina em um beco
próximo ao morro do arpão,
onde ta cheio de corpo seco
na caverna da assombração.

Nomes de arrepiar o cabelo
tem cada nome esquisito,
tem o morro do pesadelo
e tem o berro do cabrito.

Na capoeira das tres cruzes
onde o silencio e eterno,
vagalume, nao acende luzes
medo, de ir para o inferno.

Ali tem um outro mistério
um campo coalhado de tumba,
são ruínas de um cemitério
que so e usado pra macumba.

Andei pelo riacho do fel
no sítio do pescoço cortado,
vi mais de trinta cascavel
e um esqueleto desmanchado.

Na serra da alma perdida
nem perto cheguei sequer,
morada da casca de ferida
e la que mora o lucifer.

Fugí de lá em disparada
pela estrada da agonia,
prefiro a praça iluminada
a minha praça da alegria.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 08/03/2008
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