DUVIDO QUE VOCÊ SAIBA
Duvido que você saiba
se amar é contagioso,
se um sonho é real;
se segredo é sigiloso
e se a letra é textual.
Quero ver você agora,
amar e não se dar mal.
Duvido que você saiba
se cair em si machuca,
se maionese é transporte;
o que há dentro da cumbuca;
se quem vai pro sul, tem norte.
Quero ver você agora,
ter pai pobre e inda ter sorte.
Duvido que você saiba
ver adiante do nariz,
ver dos lados com viseira,
entender que estou feliz,
que adorei a brincadeira...
Quero ver você agora,
dizer que eu falei asneira.
Duvido que você saiba,
pelo sol, saber a hora,
pela lua, as marés.
Subir cachoeira afora,
botar as mãos pelos pés.
Quero ver você agora,
nadar no ar, de revés.
Duvido que você saiba
me explicar o que aqui fiz:
se o texto com seus segredos
sumiu diante do nariz,
ou ficou no vão dos dedos.
Quero ver você agora,
vir salvar-me dos meus medos.
Duvido que você saiba
de que pau se faz espeto
e se pra fazer canoa,
podemos usar graveto;
se em deserto tem garoa.
Quero ver você agora,
achar graça e rir à-toa.
Duvido que você saiba
se o sol lá no poente
é real ou é miragem.
E se a lua ri da gente,
dizendo:- Quanta bobagem!
Quero ver você agora,
confiar em malandragem.
Duvido que você saiba
se algum milho usa peruca,
e se queda de cabelo,
pode machucar a cuca,
sem dar dor-de-cotovelo.
Quero ver você agora,
sair logo da sinuca.
Duvido que você saiba
se lua do céu da boca
te faz dormir com o galo.
Se sempre é desgraça pouca,
beber água no gargalo.
Quero ver você agora
continuar o que falo.
Duvido que você saiba,
onde arrebenta a corda,
se alguém morre de preguiça,
qual a gota que transborda,
se ururbu cai em carniça...
Quero ver você agora,
fazer corda com lingüiça.
Duvido que você saiba
viver em ilha deserta
e ainda achar alguém;
escolher a coisa certa,
não duvidar de ninguém.
Quero ver você agora,
trocar tostão por vintém!
Duvido que você saiba
dormir fechando um só olho,
ir ao moinho e voltar,
deixando as barbas de molho,
moer trigo, sem ceifar...
Quero ver você agora,
jogar tudo para o ar!
Duvido que você saiba
o que cabe a cada um
dos macacos. Cada galho
tem o nome de algum,
colocado em cabeçalho?
Quero ver você agora
dar no ferro com o malho!
Duvido que você saiba
desse cântaro quebrado.
Foi contando quantas vezes
faltava pra ser finado,
enfim conhecer os deuses....
Quero ver você agora,
contar sua vida em meses!
Duvido que você saiba
ler piada sem sorrir;
se um quarto é inteiro,
quando é feito pra dormir;
deter fogo, sem aceiro.
Quero ver você agora,
contar tempo sem dinheiro.
Duvido que você saiba
cortar a água com faca,
tirar o leite das pedras,
onde encontrar uma paca;
porque uma nuvem empedra.
Quero ver você agora,
achar onde o vento medra...
Duvido que você saiba
se amar é contagioso,
se um sonho é real;
se segredo é sigiloso
e se a letra é textual.
Quero ver você agora,
amar e não se dar mal.
Duvido que você saiba
se cair em si machuca,
se maionese é transporte;
o que há dentro da cumbuca;
se quem vai pro sul, tem norte.
Quero ver você agora,
ter pai pobre e inda ter sorte.
Duvido que você saiba
ver adiante do nariz,
ver dos lados com viseira,
entender que estou feliz,
que adorei a brincadeira...
Quero ver você agora,
dizer que eu falei asneira.
Duvido que você saiba,
pelo sol, saber a hora,
pela lua, as marés.
Subir cachoeira afora,
botar as mãos pelos pés.
Quero ver você agora,
nadar no ar, de revés.
Duvido que você saiba
me explicar o que aqui fiz:
se o texto com seus segredos
sumiu diante do nariz,
ou ficou no vão dos dedos.
Quero ver você agora,
vir salvar-me dos meus medos.
Duvido que você saiba
de que pau se faz espeto
e se pra fazer canoa,
podemos usar graveto;
se em deserto tem garoa.
Quero ver você agora,
achar graça e rir à-toa.
Duvido que você saiba
se o sol lá no poente
é real ou é miragem.
E se a lua ri da gente,
dizendo:- Quanta bobagem!
Quero ver você agora,
confiar em malandragem.
Duvido que você saiba
se algum milho usa peruca,
e se queda de cabelo,
pode machucar a cuca,
sem dar dor-de-cotovelo.
Quero ver você agora,
sair logo da sinuca.
Duvido que você saiba
se lua do céu da boca
te faz dormir com o galo.
Se sempre é desgraça pouca,
beber água no gargalo.
Quero ver você agora
continuar o que falo.
Duvido que você saiba,
onde arrebenta a corda,
se alguém morre de preguiça,
qual a gota que transborda,
se ururbu cai em carniça...
Quero ver você agora,
fazer corda com lingüiça.
Duvido que você saiba
viver em ilha deserta
e ainda achar alguém;
escolher a coisa certa,
não duvidar de ninguém.
Quero ver você agora,
trocar tostão por vintém!
Duvido que você saiba
dormir fechando um só olho,
ir ao moinho e voltar,
deixando as barbas de molho,
moer trigo, sem ceifar...
Quero ver você agora,
jogar tudo para o ar!
Duvido que você saiba
o que cabe a cada um
dos macacos. Cada galho
tem o nome de algum,
colocado em cabeçalho?
Quero ver você agora
dar no ferro com o malho!
Duvido que você saiba
desse cântaro quebrado.
Foi contando quantas vezes
faltava pra ser finado,
enfim conhecer os deuses....
Quero ver você agora,
contar sua vida em meses!
Duvido que você saiba
ler piada sem sorrir;
se um quarto é inteiro,
quando é feito pra dormir;
deter fogo, sem aceiro.
Quero ver você agora,
contar tempo sem dinheiro.
Duvido que você saiba
cortar a água com faca,
tirar o leite das pedras,
onde encontrar uma paca;
porque uma nuvem empedra.
Quero ver você agora,
achar onde o vento medra...