"Chicolô" =Humor=
Chicolô, velho conhecido meu
Vive às custas de sua mulher
Esse cara muito bem se deu
Ela lhe dá tudo que ele quiser
Acorda só na hora do almoço
E espera deitado um lanchinho
Evita todo e qualquer esforço
E passa os dias bem quietinho
Quando a mantenedora chega
Vai tirando a roupa e o chama
“Já estou indo, minha boa nêga
Está aqui quem muito te ama”
Ela acredita na mentira diária
Acha que o conquistou a valer
É doida pela figura ordinária
Que só quer dormir e comer
Nos Natais ele fica emburrado
Lacrimoso, e até faz beicinho
Se ela não tiver encomendado
Um outro conversível zerinho
Chicolô não esquenta a cabeça
Vive a vida bem despreocupado
Nada existe que a ele aborreça
Fora o medo de ser dispensado
Quando esse medo o acomete
Procura logo o amigo advogado
Que, como sempre, lhe repete
Terá direito a pensão o folgado!