Prazer enorme tive ao conhecer a Jaque!

Ela era quase uma mulher. Jeito menina de ser,

mas bem decidida no que queria ser.

Seria astronauta, se soubesse voar.

Ou talvez modelo se fosse magra.

Preferiu ir para o Piauí, e se casa com um gaúcho.

Queria, por que queria, que seu filho

tivesse os olhos verdes e os cabelos loiros.

Não deu certo. Nasceu branco dos olhos negros

E cabelos castanhos. A sua cara.

O pai do menino desconfiou do vizinho.

A mãe de Jaque desconfiou do primo.

Mas o filho era mesmo do gaúcho.

A Jaque era uma moça direita e correta

No trato de seus afazeres. Tinha muito orgulho.

Não iria trair o gaúcho não.

Voltou para Brasília.

Onde construiu uma casa na Santa Maria.

Uma casa mais ou menos.

Agora vivia com um candango.

O gaúcho não a mais quis.

O menino era forte. Até falava gaúcho.

Mas o candango não gostava nada daquela história.

Botou o jovem para falar até “vei”.

Mas “tchê” jamais.

Mudou muito seu jeito. Engraçou com seu vizinho.

Um meio paulista, corintiano roxo, e que só usava

roupas do Racionais, falava “mano” a cada duas palavras.

Mas nada demais. O candango se garantia.

Outro filho veio. Esse já nasceu cantando o hino do Corinthians.

Mas era a cara do candango. “o menino lindo.”

Já se cansava do candango, quando conheceu um goiano.

Fugiram para Pirinópolis.

Lá conheceu um gringo.

Ela jurava que ele era um cantor de Rap.

Falava igualzinho ao 50 CENT.

Foram para os “STATES”, sob protesto do goiano.

Levou consigo o filho piauiense filho que falava “tchê” e “vei”,

e o candanguinho que virou torcedor do Gama.

O gringo é só o amor com eles.

É a família dos sonhos dele.

Ah! Eu a conheci quando veio passar o carnaval

na casa da prima Jully, na cidade de Barreiras.

Mas aí é outra história.



Brasilia, 29 de Janeiro de 2008