O DESCONHECIDO CARA SEM CARA
O cara sem cara
Tentou se olhar no espelho d’água do lago,
E como não viu sua cara,
Ficou mais aperreado que um gago.
O cara sem cara
Vive com maldade a ludibriar
Uma tola de ingenuidade rara,
Que, de tão boba, em tudo se põe a acreditar.
O cara sem cara
É ao extremo, mau e por demais enxerido,
Não mostra nenhuma foto da sua cara,
E uma tola ainda o chama de querido.
Quem não mostra a sua cara,
Não merece confiança, é um perigo!
Com os mais velhos aprendi:
“Quem quer pegar galinha, não diz ‘xou’!”
E há muito, também aprendi:
“Lobo em pele de cordeiro, é um terror!”.
Sem nem conhecer a tola, e vice-versa,
Ele a chama de “minha prima”,
E ela o chama de “meu primo”,
Ficam nessa suspeita e estranha conversa,
E assim segue a “rima”...
Menina
Mina
Fina
Serpentina
Bobina
Rapina
Corvina
Bizantina
Jubilina...
E o papo chato e enfadonho
Não termina...
Janeiro/2023.