O DESCONHECIDO CARA SEM CARA

O cara sem cara

Tentou se olhar no espelho d’água do lago,

E como não viu sua cara,

Ficou mais aperreado que um gago.

O cara sem cara

Vive com maldade a ludibriar

Uma tola de ingenuidade rara,

Que, de tão boba, em tudo se põe a acreditar.

O cara sem cara

É ao extremo, mau e por demais enxerido,

Não mostra nenhuma foto da sua cara,

E uma tola ainda o chama de querido.

Quem não mostra a sua cara,

Não merece confiança, é um perigo!

Com os mais velhos aprendi:

“Quem quer pegar galinha, não diz ‘xou’!”

E há muito, também aprendi:

“Lobo em pele de cordeiro, é um terror!”.

Sem nem conhecer a tola, e vice-versa,

Ele a chama de “minha prima”,

E ela o chama de “meu primo”,

Ficam nessa suspeita e estranha conversa,

E assim segue a “rima”...

Menina

Mina

Fina

Serpentina

Bobina

Rapina

Corvina

Bizantina

Jubilina...

E o papo chato e enfadonho

Não termina...

Janeiro/2023.

Edimar Luz
Enviado por Edimar Luz em 24/03/2025
Reeditado em 25/03/2025
Código do texto: T8293539
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