Balcão de um sonho
entre luz e véus
um poeta ousava
ser voz entre céus
Vendia mistérios
sussurros do céu
pergaminhos santos
confusão em Babel
Para olhos cegos
seu conto bordava
mentes insanas
a paz despertava
Das mãos essênias
pergaminho ao ar
tecia fábulas
que faziam andar
Acordou profeta
Fez grandes discípulos
Traído por metas
E falsos ídolos
Com letra viva
dava ao surdo som
louco silêncio
era santo tom
Biblioteca
seu ofício brilhou
onde verbo é luz
todo ser encontrou
Num certo dia atípico
Tal como Enoc
Excluido bíblico
Virou apócrifo
Não bastasse isso
Quem então diria
Fogo e rebuliço
Queimou Alexandria
Ressurge nas missões
Jesuíticas sinas
Dita solfeggios e visões
E, por fim, ruínas
Decimar da Silveira Biagini
07 de outubro de 2024