Alexa e a Mineira

Na loja, a mineira entrou com alegria,

Sonhando com Alexa, sua nova companhia,

“Essa danada vai me ajudar todo dia,

Nas tarefas e na vida, que maravilha, que magia!”

Mas ao ligar a caixinha, um choque, oh, que pena!

“Alexa, toca uma moda!” – e a resposta, bem pequena:

“Desculpe, não entendi, repita, minha cena.”

E a mulher, já brava, fez cara de hiena.

“Ô, Alexa, escuta, uai! Não sou do Cebolinha,

Não falo assim, não, sou só uma mineirinha!

É ‘toca uma moda’, não é ‘tóca uma mógda’,

Você precisa treinar, não tá na minha roda!”

A AI, impassível, repetia a questão,

E a mineira, indignada, começou a revolução:

“Se é pra me entender, tem que aprender de vez,

Pois aqui no meu canto, só se fala mineirês.”

Com sotaque e sabor, ela insistia em vão,

“Cê tá me tirando? Isso não é comunicação!”

Enquanto a Alexa, confusa, tentava se ajustar,

A mineira já pensava em como desconectar.

“Inteligência artificial, onde foi que errou?

Eu só queria um amigo, não um grande terror!

Canta uma moda, ora, sem complicação,

Mas você, ô danada, só traz frustração!”

E assim ficou a história, com risos e desdém,

Da mineira e da Alexa, que não se entenderam bem,

Quem sabe um dia a máquina aprende, com amor e afeto,

Que o mineirês é doce, e não um idioma incerto.