JOÃO E MARIA
Na busca incessante, João partiu a caminhar,
Pelo mundo afora, sem nunca descansar,
Sonhava com Maria, o encaixe perfeito,
Aquela que traria ao seu peito, o afeto eleito.
Mas no caminho encontrou Margarida,
Uma flor bonita, mas não a escolhida,
Aparecida lhe sorriu com doçura,
Mas em seu peito, faltava a ternura
Marina cruzou seu olhar com esperança,
Mas em João ainda restava a lembrança,
De que todo João tem sua Maria,
E ele seguiria até encontrar a que o completaria.
Até que um dia, ao virar a esquina,
João viu um par de olhos que a alma ilumina,
Castanhos, profundos, de mistério cobertos,
E ali, pensou ele, seus sonhos estavam certos.
"Finalmente te encontrei, minha Maria", disse João,
Mas a resposta veio em suave negação,
"Não sou Maria, meu querido rapaz,
Me chamo Leonor, e o destino nos traz."
Ela sorriu, e com carinho o chamou,
"Finalmente te encontrei, Juvenal", declarou.
E João, agora Juvenal, sorriu à sorte,
Pois é nos sonhos que se busca, mas é na vida que se encontra o norte.
Atirou no sonho, mas a realidade abraçou,
E em Leonor, sua verdadeira metade encontrou.
A vida prega peças, e o amor revela,
Que o que procuramos nem sempre é o que nos espera.
Tião Neiva