PORTA DE VRIDO
Estiquei no chão, caí de comprido,
e que na porta, não ví o vrido,
tava muito limpo, tava no asseio.
Fui levantando bem devagarinho,
perguntaram se eu era o Gasparzinho.
-Mas tiraram o pano vremeio.
A minha fuça quase que intorta,
por pouco, não quebro a porta,
tem que deixar o vrido pintado.
Vim correndo e não vi nada,
agora com minha cara amassada,
e que vejo esse vrido lavado.
Precisa de marca lo com um giz,
antes que arrebento meu nariz,
e ele nunca foi um parachoque.
Seria melhor dar a volta no mangue,
ou acabo ficando sem sangue,
vai ficar aqui todo meu estoque.
Não tenho praca de rinoceronte,
e já me aconteceu isso antonti,
a cara nesse mesmo vrido enfiei.
Vamos colocar ai uma madeira,
vou buscar uma tauba de cerejeira,
porta de pau sempre enxerguei.