PORTA DE VRIDO

 

Estiquei no chão, caí de comprido,

e que na porta, não ví o vrido,

tava muito limpo, tava no asseio.

Fui levantando bem devagarinho,

perguntaram se eu era o Gasparzinho.

-Mas tiraram o pano vremeio.

 

A minha fuça quase que intorta,

por pouco, não quebro a porta,

tem que deixar o vrido pintado.

Vim correndo e não vi nada,

agora com minha cara amassada,

e que vejo esse vrido lavado.

 

Precisa de marca lo com um giz,

antes que arrebento meu nariz,

e ele nunca foi um parachoque.

Seria melhor dar a volta no mangue,

ou acabo ficando sem sangue,

vai ficar aqui todo meu estoque.

 

Não tenho praca de rinoceronte,

e já me aconteceu isso antonti,

a cara nesse mesmo vrido enfiei.

Vamos colocar ai uma madeira,

vou buscar uma tauba de cerejeira,

porta de pau sempre enxerguei.

 

 

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 27/05/2024
Reeditado em 27/05/2024
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