"Memórias Póstumas de Meu Avô" = Psicografado sem o conhecimento ou consentimento do mesmo"=

Ah, a minha adolescência...

Que saudades não tenho dela!

A forma física, uma indecência

E eu vivia com a mão amarela

O corpo todo desengonçado

A voz às vezes dando falsete

Tinha tudo, mas era revoltado

Disposto sempre a ir pro cacete

Cacete, mas no sentido de briga

Não venha pensando besteira

E depois sair por aí com intriga

Que ainda sou meio bom na pauleira

Naquela época não havia mini-saia

Os maiôs eram quase umas burcas

A mulherada ia coberta pra praia

Que nem as tais das mulheres turcas

Eu lá ficava no ponto do bonde

Esperando quieto, bem entusiasmado

Pra ver o que a mulher esconde

Um calcanhar me deixava alucinado

Vestidos arrastando-se pelo chão

Chapéus elaborados cobrindo rostos

Eu pegando mulher só na imaginação

Minha adolescência...só desgostos...

Casei por não agüentar a vontade

De conhecer a tal da vida sexual

Mas a mulher na cama era uma nulidade

Resultado: casando me dei muito mal

Mas casado eu já podia ir a puteiros

Onde muitos maridos compareciam

Fui bom aluno, fiquei entre os primeiros

Da matéria que as “primas” bem conheciam

Fernando Brandi
Enviado por Fernando Brandi em 07/01/2008
Código do texto: T806943
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