O casamento do sapo

"Ó, é o seguinte, eles querem usar minha cuca, então, eu tô de cuca pronta e vô bate um papo... Aí é o seguinte: A perereca é filha do sapo boi com a sapa vaca, tá sabendo? A perereca é filha daquela que foi sem nunca ter sido..." - Baiano e Os Novos Caetanos

Que se marcou-se o encontro

Emenda oceano e mar

"Pororoca, Perereca"

É lugar bom de casar

Foi reboliço geral

Juntá-los em reunião

Primeira vez na história

A selva em rendição

O casamento do sapo

Foi festa grande e boa

Com muita rã, muita aranha

Um monte de sapas a toa

Bicho pra tudo que é lado

De tamanduá alado

Veio até peixe que voa

A raposa raposando

Um deles disse "É agora"

Óculos Rayban graúdo

Olhou Pererepaquera

Mas de sorriso miúdo

A raposa foi embora

Aí lascou e já era

Lá tinha até sapo gago

Que repetia ton toin

Ele fazia um estrago

Com triêngulos, guiterras

Cantorias brincanções

O cachê só em cachaça

Nem me vem com Bitcoin

O bolo vinha chegando

De jegue lá da Suiça

O Uber quem dirigia

Era um bicho preguiça

Sonhar com rei dá leão

Já dizia o escrito

Foi também camaleão

Camelos e o camarão

Papagaio periquito

Aí se fez tirinete

Murmúrios, bode cabrito

Dos buchos em roncação

Na espera então do banquete

Aguentar demoração

Queriam servir mosquito

A música parou parando

A socó pediu socorro

Que acabou engasgando

Quem salvou foi o cachorro

A banda voltou tocando

Aí tudo foi se rindo

"Depois dessa eu não morro"

"O chovido no molhado

O molhado no chuveiro.

Tem chiado no baião

Sambebop berradeiro"

Tiraram som de ouvido

Refrão citarra pandeiro

A lua ali sendo abrigo

Um tango de orangotengo

Banda forró de terreiro