Batalha das oito
Batalha das oito
(2o. lugar no 3o. Prêmio Brito Broca de Poesia – Guaratinguetá / SP – dez/2003)
Sou VERMELHA cor de sangue
Parecendo belo tomate
Pelas regras da batalha
Saio no início do combate.
Com a saída da colega
De nossa notória aquarela
Passo a receber pancada
Logo eu, modesta AMARELA.
Quando ambas estão fora
Logo assumo a liderança
Me confundem com o cenário
Sou da cor da ESPERANÇA.
Me chamam de Alcione
Ou então de CHOCOLATE
Para não gerar polêmica
Que continue este empate.
No ponto de equilíbrio
Minha marca está pintada
Tenho a cor do FIRMAMENTO
A toda hora sou visada.
Poderia ser uma flor
Pois tenho nome de ROSA
Quando chega minha vez
A luta está nervosa.
Neste mundo tão racista
Sou CRIOULA desejada
No final todos me querem
Para vencer uma parada.
Sou BRANCA incansável
Passo todo o tempo correndo
Fico até o fim da luta
Vendo as colegas morrendo.
Quando a batalha termina
Nenhuma de nós está ferida
Recoloquem-nos sobre a MESA
E vamos à outra partida.
Este ensaio tão modesto
Não quer rachar sua cuca
Só pretende enaltecer
Ao lindo jogo de SINUCA.