Romântico
O luar explodiu de tédio
Enjoou de ser vela de paixão suada
As flores de pétalas adocicadas
Quer mesmo é chamar insetos
Untá-los com o seu sexo
Para, numa artimanha mais prática
Espalhar a sua espécie
Deve odiar ser cortada
E prematuramente oferecida de bandeja
A quem quer que seja
O som do mar, que piada
Tocando pros namorados
Ridículos admirados do roçar de sua espuma
Mais decente é a escuna
Monta-lhe sem cerimônia
Sem pieguice romântica
De inventar coisa de infância
Para compor quadros insanos
Chuva e vento torrentes
A lavar lama de gente
Que corre da realidade
Escorpiões são mais sinceros
Ao se utilizarem das sombras
Não é nada pessoal
É inspiração de natal
Do ano novo que surge
Impessoal como um monólito
Questionando o que de insólito
Repetir-se-á
Medonhamente
Melosamente
Arrastadamente
Ah!