Flores do meu jardim
Para os que sentem o mesmo que eu senti ou estou sentido
Não seria incomum comparar as coisas com um jardim
Como o amor e o ódio estão tão presentes e entrelaçados nesse jardim hipotético
E é por lá que eu ando
Buscando e andando pelos confins desse infinito
E vocês achariam que eu sei algo sobre jardinagem, mas não
Não sei nada
É cômico se não trágico
Apenas olhos as flores e outras plantas e me encanto
Me apaixono perdidamente pelas árvores e seus anos de vivência
Na qual eu olho para as rosas, tão lindas, mas, são robustas e espinhentas, do contrário das hortênsias
E que direi das hortênsias, pequenas, agrupadas, fofas, mas, sem um cheiro que as rosas tem
Umas complementam as outras e assim seguem
Seria correto eu me apropriar de alguma parte desse jardim
Das vezes que por lá passeei e me deitei no campo dos girassóis
Li livros com estórias maravilhosas para ninguém
Cantei músicas belíssimas para ninguém
Chorei tanto nesse jardim que minhas lágrimas regaram todas as madressilvas
Amei tanto nesse jardim que as abelhas e borboletas vieram ver quem estava tão apaixonado assim
Odiei também nesse jardim, por vezes que por meses as folhas morreram e me deixaram a sós comigo mesmo
Passei noites em claro podando certas plantas e exterminando pragas
Corri por dentre as árvores
Nadei no rio
Por tudo isso eu cultivo o que me cativou
Eu espero que um dia alguém possa visitar esse jardim
Mas no momento, por mais que tenha uma fila de visita do lado de fora
Não é maldade muito menos egoísmo
Eu não estou pronta para me abrir assim
Não consigo deixar as pessoas verem as flores do meu jardim
São muito queridas para mim.