Calabouço do Ogro
No calabouço mora o Ogro
Parente perdido do Sherek
Vive no bambuzal do sogro
Nas grutas de uma estepe
É alto e muito forte
Malha braços todo dia
Está sempre de porre
Toma vinho na bacia
Tem dentes afiados
E um nariz aberto
A barba dele é rala
Mas o olhar é esperto
Seus filhotes ogrinhos
Disputam força em diversão
Quem vencer nas lutinhas
Come a coxa de um bisão
Ogro pinta as paredes
Pra contar sua história
Pra ele tudo é comida
E assim tece a memória
Ele implica com o elefante
Monta num rinoceronte
Depois bate na girafa
Mas procura o mastodonte
Ogro é um bicho perigoso
Mas tem medo de relâmpago
E quando começa a chover
Se esconde num barranco
Apaixonou por uma ogra
Mas tem vergonha de falar
Quando chega perto dela
Ele começa a dançar
Ogro chamou os amigos
Pra cozerem uma refeição
Na fogueira dos Antigos
Arumaram uma confusão
Mataram cem galinhas
E comeram carne crua
E fritaram até as penas
Misturadas na gordura
Beberam cachaça pura
Depois lutaram pra valer
Os bichos que estavam perto
Fugiram com medo de morrer
Agora o ogro dorme
Bêbado de barriga cheia
Sua preguiça é enorme
E ronca como uma baleia
Dedicado ao Talisson "Ogro" e seus amigos