PRISÃO DE VIDRO

Querido vinho, eu te liberto

Salta a rolha, livre por fim

Sinto o aroma, agora desperto

Livres tu o que prendo em mim

A súplica de tua alma ouvi

Livrei-te de tua prisão de vidro

Agora, em goles, degusto a ti

E tu, também me libertas amigo

Sinto a paixão de meu peito

Antes escondida, presa

Bradando agora aos ventos

Embalada por tua torpeza

E a medida que te acabas

E finda tua nobre existência

Nascem mais e mais palavras

Várias como tuas essências

Por fim cumpres tua sina

Te acabas livre afinal

De ti, fica a garrafa vazia

E teu precioso pedido final;

-Obrigado por me libertar

-Te agradeço de coração

-Mas peço, não te vás olvidar

-De livrar a todos meus irmãos!

Assim volto à adega

Outra garrafa buscar

Afinal, um herói não se nega

De outras almas libertar

Dante Trindade
Enviado por Dante Trindade em 10/08/2023
Reeditado em 10/08/2023
Código do texto: T7858335
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