PRISÃO DE VIDRO
Querido vinho, eu te liberto
Salta a rolha, livre por fim
Sinto o aroma, agora desperto
Livres tu o que prendo em mim
A súplica de tua alma ouvi
Livrei-te de tua prisão de vidro
Agora, em goles, degusto a ti
E tu, também me libertas amigo
Sinto a paixão de meu peito
Antes escondida, presa
Bradando agora aos ventos
Embalada por tua torpeza
E a medida que te acabas
E finda tua nobre existência
Nascem mais e mais palavras
Várias como tuas essências
Por fim cumpres tua sina
Te acabas livre afinal
De ti, fica a garrafa vazia
E teu precioso pedido final;
-Obrigado por me libertar
-Te agradeço de coração
-Mas peço, não te vás olvidar
-De livrar a todos meus irmãos!
Assim volto à adega
Outra garrafa buscar
Afinal, um herói não se nega
De outras almas libertar