Penico...

Nos tempos de vovó...

Ele reinava nos lares.

Era todo redondinho...

Bochechudo e branco .

Bonito e esmaltado.

Tinha alça e sua graça.

Parecia uma xícara...

Tipo tamanho grandão.

Não havia nádegas mió.

Que coisar no urinol.

Inté mió que no paiol.

Não havia banheiro.

Só lá... fora de casa.

Numa fossa fétida...

Onde o cocô morava.

O feofó tudo noticiava...

o que o jornal limpava.

Quando vovô sentava...

As madeiras estalavam.

Se a coisa não coisava...

A casa inteira tremia.

O botão em flor do vovô gemia.

Suas salientes veias até saltavam...

Se via que seu pescoço endurecia.

Vovô se enfurecia pq doía...

De não ver coisada a coisa.

E sua pobre bunda arroxava.

Até gente rica coisava a coisa...

Sentado à beirada dos penicos.

Só que os deles eram doirados...

Mas também coisavam sofridos

Coisa fina e coisa grossa fedidas.

O peito sofredor todo se inflamava

E o orifício não parava de coisar.

E o penico se lambuzava coisado...

Parecendo que ficava amerdalhado.

Em flagrãncias não recomendadas.

O penico tinha seu lugar garantido...

Ficava debaixo da cama... calado.

Se o vovô roncava...era penicado...

Mas só se ele não estivesse coisado.

Senão vovô ficava era todo mijado.

Ah! Que saudades do penico.

Ele foi útil, preferido e coisado.

Nestes versos aqui imortalizado.

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 20/12/2007
Código do texto: T785688