TRIBUTO AO URINOL
TRIBUTO AO URINOL
Carlos Roberto Martins de Souza
Sua alteza o penico é coroa de bunda
Tem visão privilegiada de seu inimigo
Vê anciã vê novinha e a coisa imunda
Só não vê a cara de que tá em perigo
Penico no passado era coisa comum
Hoje é uma obra de arte antiga e útil
O duro era o frio tocando no bumbum
Agora é considerado uma peça inútil
Não havia nenhum luxo naquele trono
Havia sim um sofrimento e um pânico
Pensar no penico era de tirar o sono
Encaixar a bunda não era romântico
O penico quando vê aquela bunda
Assustado já vai logo conjecturando
Não vou aguentar esta coisa imunda
É duro ter alguém sobre mim obrando
Nas noites de lua clara lá na roça
Com uma só coisa muito me intrigo
Dos outros escondo a tara pela taça
A ti me entrego como um bom amigo
No oriente você é coisa muito comum
No Brasil já teve quem fez do urinol
Depois de uma noitada soltando pum
Vai pra casa vai no penico tomar skoll
O urinol é um cabra muito linguarudo
Segredo o desgraçado não guarda
Para o sujeito curioso ele conta tudo
Sem fala pudor que viu na retaguarda
Ele olha par cima e vê um buraquinho
Uma porta rodeada de fios de cabelo
As tropas que vem do buxo mansinho
Com toda a artilharia fazendo apelo
Objeto parte da historia muito antigo
Mas utensilio de grandes utilidades
Nos palácios dos reis ele era o artigo
O preferido de plebeus e majestades.
O penico é um utensilio muito esperto
Ao meu ver ele é sim um grande mala
Porque ele vê tudo o cenário de perto
Mas com a sua boca aberta e não fala
Criaram um nome bonito pro penico
Para mais chiques chamaram urinol
como a redoma é um luxo para rico
Já para os pobres penico é o formol.
Foi com você que eu aprendi na vida
A repartir um trono da nossa agonia
Agradeço de coração a sua guarida
Na hora dura da minha nobre sinfonia
De penico a urinol sou rei da cagada
De ricos de pobres nobres ou plebeus
Fui um herói de uma bunda agoniada
Socorri muito fiofó na hora do adeus