NOSSO SERTÃO

 

Aqui onde moro,que chamam de cafundó do Juda,

o tempo não passa, e a rotina nunca muda,

um dia aqui demora muito para terminar.

Aqui nesse lugar, temos uma única rota,

dizem que e onde o Juda perdeu a bota,

e nunca mais voltou aqui para buscar.

 

Vivemos nesse ermo, muito feio e desolado,

onde não existe nem futuro e nem passado,

aqui da modernidade não existe nem sinal.

Entre nós ninguem comemora aniversário,

falo sempre, que somos da terra sem calendário,

ainda vivemos ,como nos tempos do Cabral.

 

Em nosso sertão, só existe a primavera,

e eu, que sempre morei nessa pobre tapera,

que tem lá no telhado, até ninho de sabiá.

Não conhecemos a tristeza de uma saudade,

tudo se resume sempre numa bela amizade,

entre os bichinhos, que tem macaco e tem gambá.

 

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 14/06/2023
Reeditado em 14/06/2023
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