TIO JULIO, ALICE E O CHAPELEIRO MALUCO
“TIO JULIO, ALICE E O CHAPELEIRO MALUCO”
“Vejo palavras aos borbotões querendo sair da minha boca
Enxames de letras e monstros de encontros consonantais
Por incrível que pareça...
Mas eu, arredio, não arredo o pé
E lá, bem lá no fundo da xícara,
A minha imaginação se funde com a sombra escura do café...
Estou aprendendo
Estou assimilando
Como um aprendiz de feiticeiro, eu temo o que possa vir-a-ser...
Mas com calma e clareza
As palavras vão tomando corpo
E na voragem do quarto escuro, uma a uma (palavra!)
Vão se despedindo da velha xícara de imitação de porcelana chinesa
‘Senhoras e senhores!
Vossa Alteza, tia Alice e o Chapeleiro Maluco...!’
Me disseram um dia, que eu era careta por não fumar um baseado
E de pronto, eu respondi, prá quê? Se já sou louco, um bocado...
Meu jeito natural é sorrir
Se a vida pregar peças em mim, vou sorrir
E se meu Destino não sair a contento, feito chávena de chá, açucarada demais...
Coloco, então as barbas de molho
E não comento os meus ais...”
*Tio Julio, Alice e o Chapeleiro Maluco*
By Julio Cesar Mauro
03/08/2019