O VIOLÃO
Quando a sensibilidade esbarra em uma incerta razão
Neste nosso banal caso... O violão
Cativo, sem a devida compreensão
Por um Delegado em uma prisão.
Esmorece o meu coração
Fica aqui minha indignação
Neste proposito inusitado
E sem a merecida atenção.
Por sorte, a petição
Feita por um advogado “bão”
Político, poeta, Boêmio, entendido
E cheio de proposição.
Deparou na justiça
Em certa jurisdição
Com um Juiz poeta
Nutrido de sensível afirmação.
Julgou com devoção
E fez valer sua decisão
Em poema solto e cheio de replicação...
A soltura do violão.
(Nos idos da década de 50 no Estado da Paraíba, já tarde da noite, algumas pessoas faziam uma serenata, pela importunação acabaram presos; foram liberados no dia seguinte, porém, o violão ficou detido. Ao saber da ocorrência o advogado, poeta e político Ronaldo Cunha Lima, entrou com uma petição, junto ao Juiz da cidade, a petição em forma de poema, solicitava a soltura do violão. Em resposta o Juiz proferiu sua decisão, também em forma de poema. Esse poema é o meu resumo do caso).