Soneto para o pum de menino
Quando menino o pum não tinha cheiro.
Ou se tinha, ninguém dava atenção.
Meu pai chamava peido de trovão,
E quem soltava pum, de peidorreiro.
O pum, desde que deus obrou Adão,
Vem antes do cocô, no mundo inteiro.
Pois que quando o cocô chega primeiro,
O Criador refaz a criação.
Quando menino podia soltar pum,
Fosse de bucho cheio ou de jejum,
Na frente de estranho ou conhecido.
Hoje, se solto um pum, aquela gente,
Que outrora mentia, diz que sente
Muito antes de ouvir o estampido.