A PRÓTESE
“A PRÓTESE”
“Usava-a, despreocupadamente
Mesmo quando tascava uns beijos
Na vizinha Anésia, sua amásia,
Despudoradamente…
Vivia como um sheik
Mas tinha mais vocação
Para faquir
Talvez, senão enfileirasse as namoradas
Pois tinha um verdadeiro harém
Onde nadava de braçada
Poderia melhor se alimentar
Mas um dia,
O longo braço da lei
O alcançou
Foi enquadrado no artigo 59
Aquele, da vadiagem
Onde os tiras o confundiram
Com a tal libertinagem…
Dito e feito!
Rumaram todos para o xilindró
E na pressa de se explicar
Ao se debruçar na mesa do delegado
Sua ponte, com toda a veemência
Vou longe…
‘Desculpe-me doutor
Desculpe-me Vossa Excelência
Podem me prender
Podem até me bater
Mas assim, desse jeito
Saio mal na foto, que defeito!’
Na manhã seguinte
Doutor Austreliano o soltou
Por falta de provas
A moral da história que fica:
Perdeu os dentes
Perdeu o siso
Mas não perdeu o sorriso!”
*A prótese*
By Julio Cesar Mauro
21/01/2023