vazio

sentado nessa cadeira desconfortável,

de um plástico duvidoso que mata vidas,

escrevendo nesse caderno vazio,

sobre o quão vazio estou,

nessa sala cheia de adolescentes vazios,

todos insensíveis e arrogantes,

não conhecem nem reconhecem os sentimentos de culpa e vazio,

estão ocupados demais fazendo nada.

mas mesmo assim estou aqui,

sentado nessa cadeira desconfortável,

escrevendo em um caderno vazio,

sobre o quão vazio estou.

lembrando do quão culpado sou,

pela angústia do desprezível,

pela ansiedade do invisível,

visto que diferente do meio de vida infalível deles,

eu expresso o indizível.

eu me levanto dessa cadeira vazia,

exclamo raiva contra a educação baldia.

aprendo mais com essas palavras,

do que sentado na cadeira que mata vidas.

eu me levanto dessa cadeira vazia,

mas é muito maior que uma simples rebeldia.

se todos são injustiçados por brancos capitalistas,

que têm muitas mais oportunidades que a maioria,

se ninguém fizer isso por simples covardia então

eu me levanto dessa cadeira vazia.

logo o meu caderno não esta mais tão vazio.

eu continuo vazio.

escrevi milhares de poesias sobre a cadeira vazia,

que deixei ao abandonar meu posto,

no mercado capitalista.

eu continuo vazio.

mas fico feliz pelo meu caderno que não esta vazio.

meu vazio vai se sobrepor sobre os desprezíveis.

meu vazio significa que eu sei mais que os louváveis.

tanto sei que nada sei sobre o que me cerca e os veneráveis.

meu vazio jamais será equivalente aos invisíveis.

meu vazio está prescrito no meu caderno não tão vazio.

Kai Imamura
Enviado por Kai Imamura em 09/01/2023
Código do texto: T7690419
Classificação de conteúdo: seguro