A bosta em poesia
De tolete em tolete, a poesia
Constrói uma montanha circinada,
Enquanto a musa inunda a privada,
E o flato dá o tom à melodia.
Quando um poeta caga, a musa amada
Derrama, debruçada na janela,
O pranto de paixão que o cu revela,
E que orvalha bosta na calçada.
Peço desculpa ao puro e ao pudico,
Por só ter rima pobre pra penico
E não ter rima rica pros cagões.
Me desculpem as musas, todas elas,
Que cagaram no chão das caravelas,
E cegaram um olho de Camões.