Soneto à gripe
Gripe, ó amante, dentre todas as amantes,
a mais desgraçadamente fiel!,
vai embora, foge de mim, antes
que eu fuja de ti, para o céu!...
É um inferno esse amor, esse mel
que me sufoca em todos os instantes,
numa dor mansa, paulatina, cruel,
como a fome de ares distantes...
A felicidade está sempre por um triz
se te sinto vindo para me... a... a... atchim!...
...chAmar, para viveres em mim...
Sem ti, eu poderia até ser bem feliz...
E tanto mais e ais e mais é assim
que por ti somente choro pelo nariz...
Autor : Cláudio Carvalho Fernandes