Soneto à gripe

 

 

Gripe, ó amante, dentre todas as amantes,

a mais desgraçadamente fiel!,

vai embora, foge de mim, antes

que eu fuja de ti, para o céu!...

 

 

É um inferno esse amor, esse mel

que me sufoca em todos os instantes,

numa dor mansa, paulatina, cruel,

como a fome de ares distantes...

 

 

A felicidade está sempre por um triz

se te sinto vindo para me... a... a... atchim!...

...chAmar, para viveres em mim...

 

 

Sem ti, eu poderia até ser bem feliz...

E tanto mais e ais e mais é assim

que por ti somente choro pelo nariz...

 

 

 

Autor : Cláudio Carvalho Fernandes

 

 

 

 

 

 

 

 

Cláudio Carvalho Fernandes
Enviado por Cláudio Carvalho Fernandes em 26/12/2022
Reeditado em 26/12/2022
Código do texto: T7679764
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