Mineirice nordestina
Eu já "quebrei a urna" tantas vezes,
Quanto 'laveia a égua", meu rapaz!
Por tantos, tantos, tantos, tantos meses...
E ainda consegui viver em paz.
Hoje "quebrar a urna" não é mais
A singela metáfora d'outrora,
Mas o grito de guerra dos chacais
Que ladram pelas ruas, como agora.
Pudesse e voltaria ao passado
Onde quebrar a urna, simplesmente,
Era honrar o sêmen derramado.
Contudo, que ora vivo o presente,
Depois dum oceano navegado,
Troquei o "arre égua" por oxente.