TRAGOS...
UNS TRAGOS
Momentos efusivos de uns tragos
Rasgos na conduta da seriedade,
Quebram o gelo da vergonha...
Desnudam os embaraços, laços
Do desembaraço sem timidez...
“Tragos” que alegram e desinibem
Vislumbres de alegria e satisfação...
Na bebida favorita, um mergulho
Na falsidade do equilíbrio irracional!
Na moral, oculta-se a vergonha sem
Pudor... Engana-se a razão e avança-se
Os limites do sorrateiro álcool!
Um trago é o ideal... Dois é satisfatório...
Três aproximou-se dos limites... Quatro,
A Bagdá fica logo alí! A visão vê em
Duplicata o que é apenas unidade!
Uns poucos tragos, avisam que pode haver
Estragos... Rasgos de conduta desvairada,
Tragada pelos tragos e estragada pelo abuso!
Confuso fica o pensar... Onde quero chegar?
A reta fica curva... O redondo, quadrado...
O claro, escuro... O perto, longe... A língua,
Enrolada... A consciência confusa, e o pensar,
Travado sem o raciocínio e sem tirocínio!
Em suma, tragos são traiçoeiros!
Suma deles enquanto pode! Sacode a poeira,
Não faça besteira, e o que não pode!
Não encha a cara com tragos inoportunos...
Afinal sua cara não é barril, nem garrafa...
Ela, quando muito, pode ser um copinho!
Beba devagarinho seus traguinhos, e fique
Sempre no seu cantinho!
Jose Alfredo