À República de Platão

Platão, grande Platão, te admiro

Pela filosofia concebida.

Ainda que, à mesa, a bebida

Atraia mas que sangue pra vampiro.

 

Platão eu digo aqui, do meu retiro,

Da praça da República em Sampa,

Depois do abridor sacar a tampa

Do vinho envelhecido que prefiro:

 

—Não há filosofia que resista

Ao barulho da broca do dentista,

A penetrar na cárie e no canal.

 

Só mesmo a Megera, a mãe do cão,

Que leu a vasta obra de Platão,

Consegue entendê-lo, inda que mal.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 15/11/2022
Reeditado em 21/09/2024
Código do texto: T7650329
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