Sátiro santo
Eu sou o homem santo, o semideus
Que carrega nos ombros a moral,
A bondade do pai celestial,
E a crença infinita dos ateus.
Faço o bem, pelo bem ser contra o mal,
E também, pela cota de perdão
Que me devem, por ser o bom cristão
Que só reza pro cão no carnaval.
E também sou poeta, infelizmente!
O que me faz bastante diferente
Do pecador vulgar de hoje em dia.
Sou o santo poeta do Parnaso.
Aquele que venceu antes do prazo,
Por pecar muito mais do que devia.