desocupado
eu, que sempre sonhei com o amor
eu, que sempre acreditei na justiça
eu, que sempre rezei a Deus
eu, que sempre eduquei aos princípios do bem
eu estou triste!
e por isso escrevo meus versinhos,
e por isso escrevo meus textinhos.
mas demasiado é o tempo gasto
cuidado desses rabos
sujos
que nada sabem,
pois eu sei! e sei do que falo,
e falo o que penso,
e penso o certo!
sim! eu li as notícias populares
advindas de fontes confiáveis.
meu vizinho me mostrou,
meu patrão me alertou,
mas meu amor falhou
quando meus filhos se viraram contra mim,
quando embaixo de meu teto o inimigo vive.
traidores!
é a toga quem mente
aos quatro cantos de minha pátria,
é a mídia quem mente
aos quatro cantos de minha pátria,
e sou eu quem vocifero a verdade
sem palavras rebuscadas
e ignorando a gramática básica.
não! eu não odeio o pobre,
tampouco o miserável,
pois estes estão em minhas orações.
eu odeio quem espalha mentiras
e odeio quando os mentirosos me provam
que menti!
"e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará,"
quando eu mesmo escrevo de minha cela,
feito um cão amedrontado pelos fogos
gritando aos céus
tantas loucuras que aqui me trouxeram,
tantas loucuras que aqui me abandonaram.
eu cortaria meus pulsos
para provar que meu sangue
é verde e amarelo,
senão fosse o que mais odeio,
além das mentiras,
for o que enxergarei
a me fazer entender
o que sempre temi.